Curativo de PLDLA para prevenção de queloide, o Quelocinín
Descrição: O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biofabricação, INCT-Biofabris, desenvolveu o curativo de PLDLA para prevenção de queloide, o Quelocinín. Com 5 anos de desenvolvimento e investimento de cerca de 11 mil reais, o produto contou com tecnologia da Purac, Biofabris e Universidade Estadual de Campinas.
A presente invenção trata-se de um curativo para prevenção de queloides de uso imediato, ou seja, após cirurgias/cortes/ferimentos. O curativo é feito de PLDLA com alantoína e nanopartículas de prata de gengibre obtidas por rota biogênica (AgNP). A membrana que foi utilizada como base deste curativo é feita de nanofibras de um polímero biocompatível (PLDLA), obtida por eletrofiação. Os pellets de PLDLA (2,5g) foram dissolvidos em 30ml de acetona + 20mL de clorofórmio. Foi utilizada uma seringa de 50 mL de vidro, com uma vazão de 1mL/hora, distância entre o coletor e a ponta da agulha de 13 cm, e a voltagem utilizada foi 15kV. A alantoína foi dissolvida em álcool 99,8% de pureza (10mL), uma quantidade de 2% da massa da membrana foi pesada de alantoína, realizado em temperatura ambiente. A solução de alantoína foi inserida na membrana por gotejamento lento. Todo o volume obtido foi gotejado sobre a membrana e aguardou a evaporação total do solvente (álcool), desta forma os cristais de alantoína se aderiram na membrana por meio de adsorção física. As nanopartículas de prata foram obtidas por rota biogênica com uso de gengibre. Para a solução do nitrato de prata foi utilizado 100mL de água destilada como solvente, 1mMol de nitrato de prata (aproximadamente 0,017g) foi pesado e diluído nesta água, e mantido em escuro. Para o preparo do extrato de gengibre foi utilizado 100mL de água destilada como solvente e 30g do gengibre (cortado com casca). O extrato se manteve sob agitação por 30 minutos e aquecimento a 60°C, em seguida esfriou em temperatura ambiente. O extrato foi filtrado por papéis filtro qualitativos 80g de 150 e 90mm. Ambas as soluções foram mantidas sob refrigeração. Foi utilizado 10mL da solução de nitrato de prata e 40mL do extrato, essa nova solução foi mantida sob agitação e exposta ao sol (entre 11:00 AM e 12:00 PM) por 15 minutos, é possível notar a olho nu a mudança de coloração da solução, o que comprova a formação das nanopartículas de prata (AgNP) (que foi confirmada por análise UVVis). A membrana foi submersa em solução de AgNP e em seguia foi acondicionada em estufa 30°C para evaporação da água. Após a inserção das AgNP foi realizado o gotejamento com alantoína.
A principal diferença da presente invenção (Quelocínin) frente às tecnologias existentes é a criação de um curativo que previne a formação de queloides, aliado a inibição de atividade microbiana no local. O curativo é indicado para uso pós-cirúrgico ou pós-trauma, e ele terá ação imediata e local. Por se tratar de em a membrana composta por nanofibras, as partículas de alantoínas e nanopartículas de prata conseguem entremear no curativo, o que ocasiona uma liberação mais lenta dos mesmos. Por ser um curativo fibroso o ferimento consegue “respirar”, fazendo trocas gasosas e eliminação de líquidos; e por ser um polímero biocompatível a troca do curativo não precisa ser feita diariamente. Atualmente existem apenas curativos para tratar o queloide já formado, não sendo indicado para uso póscirúrgico/trauma. E para a prevenção da formação é indicado apenas o uso de pomadas, a mais conhecida é a Contractubex. Para prevenir a contaminação do local é indicado o uso de antibióticos via oral e limpeza do local. Nenhuma tecnologia existente atualmente previne a formação de queloides pós-cirurgia, e aliado à ação microbiana para diminuir infecções.
O produto se aplica nas indústrias médica, farmacêutica e medicina veterinária. Ele pode ser utilizado como curativo pós-cirúrgico (em clínicas médicas e hospitais, em clinicas e hospitais veterinários ou em campo aberto para animais de grande porte), ou após um ferimento/corte simples, podendo ser aplicado pelo próprio paciente em casa.
Vale ressaltar, ainda, o uso do produto como curativo para queloides decorrentes que queimaduras, podendo, novamente, ser utilizado no próprio domicílio do paciente mediante orientação médica, ou em hospitais especializados.
Dessa forma, o Quelocirín está apto a tratar queloides de diferentes proporções e gerar maior bem-estar a quem o utiliza, visto que tais lesões podem causar coceira, dor e até limitação dos movimentos. Além disso, por ser um curativo feito de biomaterial, e ser biocompatível, ele é menos invasivo do que outros tratamentos, como a radioterapia local, placas de silicone, injeções, fitas oclusivas, crioterapia (congelamento) e laserterapia. Ressalta-se, por fim, que fica a critério do médico a melhor indicação para seu paciente, devendo o Quelocirín ser considerado dentre as opções.
Trata-se de um curativo composto por membrana de PLDLA eletrofiada, associada com alantoína e nanopartículas de prata (produzidas por rota biogênica com uso de gengibre) para uso pós-cirúrgico/corte/ferimento que dispensa troca diária com ação antimicrobiológica, com função de prevenção da formação de queloides.
Feridas e/ou cortes epiteliais cirúrgicos podem ser uma possível porta de entrada para microrganismos, causando infecções. O uso de curativos com potencial antimicrobiano pode reduzir consideravelmente estas infecções, pois a cicatrização destas feridas e cortes é um processo complexo. Interferências ao longo desse processo podem levar a formações de cicatrizes de má qualidade, como o queloide. Aproximadamente 6% da população mundial sofre com os resultados de uma má cicatrização, resultando em 500 milhões de pessoas afetadas. Desta forma, a prevenção desta má cicatrização é mais eficiente do que o tratamento após a sua formação. Quando a má cicatrização é diagnosticada ainda no início as chances de sucesso no tratamento não cirúrgico são maiores. De maneira geral, não existem padrões e diretrizes para o tratamento de queloides, visto que cada paciente deve ter seu recurso terapêutico individualizado, uma vez que dependerá das características do queloide como distribuição, dimensões, espessura e consistência. A troca de curativo se faz necessária, em alguns casos diariamente, causando incomodo para o paciente. O uso de bases curativas que não causem alergias ou efeitos adversos se torna essencial para o planejamento de um curativo de uso prolongado. Atualmente não existem disponíveis no mercado curativos prontos para uso com efeito queratolítico e antimicrobiano. Como forma de suprir essa necessidade, o uso do PLDLA se deu por ser um polímero biocompatível que não ocasionará respostas adversas no corpo humano como alergias ou rejeições. O polímero será o material base do curativo, através de uma membrana obtida por eletrofiação, onde são obtidas fibras de escala nanométrica. Por fim, a presente invenção evita a formação de queloides e de infecções e cortes/feridas, por meio do uso de um curativo feito de PLDLA onde a alantoína irá prevenir o queloide e as nanopartículas de prata de gengibre irão prevenir infecções.
Acredita-se que o potencial de vendas do Quelocírin tenha resultados positivos nas seguintes áreas: medicina preventiva, medicina voltada ao cuidado de queimados, medicina geral, medicina regenerativa e até mesmo medicina veterinária. Além disso, a procura pelo produto deve ter boas respostas na própria população, que pode buscá-lo para tratar um corte ou para prevenir a formação de queloides após inserção de brincos, piercings, entre outros. O Quelocírin também pode se tornar ainda mais atrativo e relevante pois tem baixo índice de alergias, o que descreve uma boa aceitação na maior parte dos organismos, e é feito de ativos naturais que se adaptam bem ao corpo.
Para a produção de um curativo de tamanho 210 x 297 mm, o custo é de aproximadamente R$127,00, o valor pode variar conforme a cotação do dólar, uma vez que a matéria-prima PLDLA é importada. Outro ponto importante que vale ressaltar é a variação dos valores de polímeros devido a pandemia, comumente os valores são mais baixos.
O Biofabris está desenvolvendo a produção de PLDLA, o que acarretaria na diminuição expressiva do valor do Quelocínin.
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